quinta-feira, 21 de junho de 2012

Kata


Os Kata, são o início e o fim desta arte marcial, sem dúvida é a essência do Karatê.
Um Kata nada mais é do que um segmento de movimentos de Karatê codificados com esmero, executados na mesma maneira e nas mesmas direções. Na duração do Kata, o praticante executa uma série importante de técnicas. Dentre todas as artes marciais, os Kata do Karatê são os únicos que se executam só e sem acessórios especiais. É na execução do Kata que podemos notar o progresso que obtivemos. Para a obtenção de graus e faixas é necessário o seu teste. Nesta fase é incrível para quem assiste ver um só homem num combate contra vários adversários.

O Combate Real

É no Kata que o praticante deve colocar toda a sua força e energia ligadas à vontade. O plano é enfrentarmos entre 8 e 10 adversários. É a única maneira de adquirirmos a sensação de combate real e total, no qual poderá adquirir o domínio do corpo e do espírito. Até bem pouco tempo, os Katas, eram a única forma de chegarmos à progressão para o domínio manancial de eficácia absoluta. Foi o antagonismo dos universitários japoneses que deu origem à adjunção de uma forma nova, o combate livre, fazendo o sistema moderno de competições. Os Katas contêm todas as técnicas do Karatê moderno e diferem do Jiyu- Kumite que desenvolve o sentido da defesa numa só direção. Eles nos fazem descobrir em si mesmos uma fonte de possibilidades incríveis. Pelas obrigações que nos impõem em bloquear, esquivar, bater de mãos fechadas e pés encadeados, saltar por cima dos ataques, etc; nos dão a idéia de um ataque real no qual somos atacados de todos os lados e por todos os modos. Muitas vezes certas passagens dos Katas, parecem de pouco efeito se aplicadas num combate real, e que certos bloqueios são lentos. Sabemos que tudo isto pode encher de suspeitas o espírito daquele que inicia. Jamais um Kata é entendido a fundo, a não ser por um mestre. O belo, está em procurarmos os limites do incompreensível, a razão de nosso progresso, e somente mais tarde vemos que certas evoluções para nós estranhas tem um sentido pré- estabelecido.
O combate exige uma enorme tensão mental pois nos movimentamos pouco. Sabemos que, ao passo que conhecemos mais a fundo um Kata, uma nova possibilidade e compreensão se abre diante de nós. O Kata inicia por uma defesa, sendo que o Karatê deve ser utilizado para salvarmos nossa integridade física.
Aos poucos, vamos nos aproximando - através de várias repetições - do Kata verdadeiro distante de ser aquele incompreendido. Praticados e executados com sinceridade, ritmo, espírito, força e velocidade, é magnífico, belo e admirável para quem olha.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Filosofia - Caratê


Jogos de Oposição - Caratê


JO-CARA-TÊ

Divide-se os alunos em grupos com quatro pessoas, e devem ficar em circulo, de costas para o centro. O professor ira colocar uma música ou fazer um sinal sonoro e logo após eles devem andar em circulo, quando a musica parar ou o professor apitar, os alunos devem virar e fazer um elemento técnico do Caratê, por exemplo  defesa alta, média ou baixa. Quem do grupo fizer a defesa diferente dos demais, sai da brincadeira. A rodada continua até que sobrem os vencedores em apenas um grupo, havendo sempre dois campeões. A questão de vencer e perder deve-ser discutida entre os alunos, afim de demonstrar que nem sempre vencemos ou perdemos. 

Caratê




        O Caratê, como arte marcial, teve seu início através da imigração de monges e rebeldes, que dominavam essas técnicas.

Caratê é uma palavra japonesa que significa ‘mãos vazias’, é uma arte altamente cientifica, fazendo o mais eficaz uso de todas as partes do corpo para fins de autodefesa. O Caratê também é um meio ideal de exercício, pois desenvolve a força, a velocidade, a coordenação motora, o condicionamento físico e é reconhecido também por seus valores terapêuticos.

            O Caratê moderno nasceu na época em que o Mestre Gichin Funakoshi(1868-1957), então líder da sociedade Okinawa de Artes Marciais, foi solicitado pelo Ministério da Educação do Japão, em maio de 1992 a conduzir apresentações de Caratê em Tóquio. A nova arte foi recebida entusiasticamente e foi introduzida em varias universidades, onde criou raízes e começou a florescer. Devido ao fato do Caratê ter sido praticado secretamente no passado, um grande numero de escolas e estilos foram desenvolvidos.


Como se vê por esse breve histórico, várias escolas de Caratê surgiram. Muitas bem sucedidas e que carregam vários adeptos através dos anos, mantendo os ensinamentos originais de seus fundadores. Cada escola marcial, que se tornava forte, tinha suas próprias características tornando-se uma arte em si. Além disso, a partir do estilo especial de treinar Caratê criado em Okinawa, linhas também especiais surgiram, como o Goju-Ryu, Shito-Ryu e Shotokan.Esses se destacam como os principais estilos (mantém-se até hoje, no mundo todo). Cada estilo possuía dezenas de adeptos. Entre todos eles, alguns se sobressaiam e chegaram a desenvolver a arte marcial a um nível nunca atingido anteriormente. Dessa forma, o destaque e reconhecimento era inevitável. Muitos alunos e seguidores consideravam seus conhecimentos como um livro sagrado, na tentativa de perpetuar seus ideais. Porém essa perpetuação não ocorreu de forma ilesa, isso, por permitir um grande número de adeptos, que se espalhavam pelo mundo todo, e que acabaram por criar diferentes correntes. Para denotar essa situação, observa-se a figura. Nela estão descritos os três principais estilos e as mais fortes correntes atualmente existentes.




O Caratê esportivo  

           Nos últimos anos, foram, formuladas regras de combate simulado para evitar ferimentos graves, com o propósito de introduzir o Caratê como esporte competitivo. O Caratê de torneio é um jogo de reflexos que exige velocidade, técnica, estratégica, camaradagem e controle, onde prevalecem a honra, lealdade e sendo de compromisso. Durante os torneios, todos os golpes, embora fortemente focalizados, devem ser controlados precisamente antes do contato, embora seja muito excitante de assistir, o torneio de Caratê é considerado, pela maioria dos mestres, como um degrau e não como o objetivo principal no desenvolvimento do Carateca.
              Nos anos 50, as universidades no Japão começaram a promover competições de Caratê. O 1° Campeonato Mundial de Caratê foi realizado em 1970 em Tóquio, com a participação de 33 países e, desde então, cada campeonato mundial tem sido promovido de dois anos. Em 2002, o 16° Campeonato Mundial em Madri teve a participação de 84 países.
                                     
              O Caratê tem se espalhado rapidamente, não apenas entre as gerações mais novas como um esporte para melhorar a força, mais tem se tornado um meio popular de exercício para homens e mulheres de meia-idade para manter a forma, um numero crescente de academias de Caratê tem aberto e mantido turmas para crianças.





 Organização do Caratê mundial

              Devido à popularidade global do Caratê como esporte, a formação de uma federação internacional de Caratê tornou-se necessária. Em 1970, a União Mundial das Organizações de Caratê (WUKO) foi criada, desde então, todos os esforços tem sido feitos para incluir o Caratê nos Jogos Olímpicos, o maior símbolo das realizações do homem no campo desportivo. No dia 06 de junho de 1985, a WUKO foi oficialmente reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional.

            Alem de intenção de incluir o Caratê nos Jogos Olímpicos, o objetivo de WKF é de unificar todas as organizações que pratiquem Caratê, como esporte ou como uma arte tradicional, além de lutar também para promover ligações dentro de um espírito de amizade entre os Caratecas do mundo. A WKF representa o Caratê mundial e coordena todas as atividades de Caratê ao redor do mundo, estabelece regras técnicas e operacionais, organiza e controla reuniões internacionais e toma as decisões sobre vários assuntos que posam surgir entre os membros.



                    

  Elementos Básicos

  Ataque

                                                        


GYAKU-ZUKI - Soco inverso. Braço contrário ao pé da frente.



OI-ZUKI- Soco andando, braço correspondente ao pé que deslocou á frente.



MOROTE-ZUKI - Socos simultâneos. Braços paralelos horizontais ou verticalmente.

DAN-ZUKI - Socos consecutivos com o mesmo punho.

MAE-GERI - Pontapé frontal.
O joelho da perna de ataque passa rente ao joelho da perna de apoio e o pé de ataque rente e acima deste. O quadril desloca-se horizontalmente duran-te todo o movimento, atingindo-se o objetivo com a base inferior dos dedos.

YOKO-GERI - Pontapé lateral.
Eleva-se o joelho da perna de ataque passando com o pé rente a perna de apoio, apontado para frente ou para a lateral do corpo. A ponta do pé virada para frente e o bordo externo para baixo e paralelo ao chão, descreve urna trajetória em arco. Atinge-se o objetivo com o bordo externo do pé.


MAWASHI-GERI - Pontapé circular.
Eleva-se o joelho lateralmente, bem flexionado, colocando a perna paralela ao chão, com o pé apontando para o lado e a planta virada para trás. A coxa descreve um círculo amplo. O quadril deve acompanhá-la nessa trajetória, até a finalização do movimento com a extensão do joelho. 0 ponto para impacto pode ser à base dos dedos ou o dorso do pé.


DEFESA

AGE UKE - Defesa alta.
O antebraço desloca-se de baixo para cima descrevendo um arco na frente do corpo. A mão pára a 10cm da testa com a palma girada para frente, e o antebraço em posição oblíqua. No momento do impacto com o golpe do adversário, deve-se apertar fortemente a mão, contraindo os músculos do antebraço em cooperação com todo o corpo.


SOTO-UKE - Defesa média para dentro.
Eleva-se a mão até a altura da orelha, colocando o braço paralelo ao chão e ligeiramente para trás. Deste ponto inicia-se uma rotação descendente até atingir o cotovelo, antebraço e punho, verticalizados no plano sagital, a linha mediana do corpo. Antebraço e braço formam um ângulo reto. Finaliza-se com a palma da mão girada para o peito, na altura do ombro.

            
UCHI-UKE - Defesa média para fora.
O antebraço que defende traça um arco desde a axila do braço oposto. Desloca-se o punho para o exterior, baixando o cotovelo até que este se aproxime das costelas. O antebraço gira, colocando a palma da mão virada para o peito, na altura do ombro.                                                



GEDAN-BARAI - Defesa baixa.
Eleva-se o braço para colocar o punho junto à orelha do lado oposto, com a palma da mão virada para ela. Deste ponto baixa-se e estende-se o cotovelo até que o punho esteja aproximadamente 15cm acima do joelho. É uma defesa eficiente contra os ataques ao abdome, golpeando o golpe do adversário. Finaliza-se com o cotovelo totalmente estendido e a palma da mão virada para trás.



BASES




 
 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Desidratação


Introdução
            Este trabalho tem o objetivo analisar algumas questões e métodos utilizados pelos lutadores para a perda rápida de peso. Com ajuda de uma pesquisa em três academias de Curitiba com diversas modalidades de luta, podemos analisar alguns aspectos. Há muito tempo vem sendo discutido entre educadores, profissionais da saúde e cientistas do esporte sobre as consequências da redução rápida de peso em lutadores. Já em 1976 o Colégio Americano de Medicina do Esporte publicou uma pesquisa sobre o assunto.                                                                           Na nossa pesquisa observamos que muitos lutadores chegam a perde ate 2 kg por dia com métodos não muito apropriados e sem orientação de um profissional capacitado.

Revisão de leitura
Em competições de lutas, é muito frequente a utilização de alguns métodos para a perda rápida de peso em atletas. Normalmente para a execução da pesagem classificatória que geralmente é realizada 24 horas antes da competição. Esta perda de peso é feita na fase de pré-competitiva onde os atletas fazem restrição alimentar e perda de líquidos, assim ficando um período de tempo sem ingerir líquidos. Treina em lugares fechados, quentes, com vestes de borracha, ocasionando uma hiperliberação de suor, até mesmo através da ingestão de laxantes, diuréticos ou indução a vômitos, assim tendo eliminação de líquidos, em contra partida fazendo estas restrições, ha um grande índice de problemas intestinais e renais, pode-se dizer também que o gasto de energia será maior, do que o atleta poderá consumir.
            Com dietas radicais a uma redução de até 10% de massa calórica sendo assim prejudicial à saúde sem contar as alterações psicológicas como fadiga mental, raiva, isolamento entre outros.

Desidratação
            Refere-se a um desequilíbrio na dinâmica dos líquidos quando a ingestão hídrica não consegue repor a perda de água. A desidratação afeta o desempenho aeróbico, diminui o volume de ejeção ventricular pela redução no volume sanguíneo e aumenta a frequência cardíaca.

Efeitos da desidratação
            Aumenta a temperatura central, diminui a sudorese que leva a fadiga. Os efeitos podem ser leves ou graves como até mesmo a morte.
De leve a moderada.
·        Fadiga.
·        Perda de apetite.
·        Sede (alarme atrasado)
·        Pele vermelha.
·        Intolerância ao calor.
·        Tontura.
·        Aumenta a concentração urinaria.

Efeitos graves:
·        Dificuldade de engolir.
·        Perda de equilíbrio.
·        Olhos afundados e visão fosca.
·        Pele dormente.
·        Delírio.
·        Espasmos musculares.
            Quando há execução de perda rápida de peso ocorrerá: a redução muscular, declínio no tempo do desempenho, menor volume plasmático e sanguíneo, redução na eficiência do miocárdio, diminuição do consumo máximo de O2 especialmente restrição calórica enfraquecimento do processo termorregular, diminuição do fluido de sangue renal e no volume de líquidos sendo filtrados pelo rim e depleção dos estoques de glicogênio no fígado (SOUZA 1989).
            A performance piora em função da desidratação, restrições da ingestão alimentar ou pela combinação desses dois fatores.
            O procedimento adotado para a redução de peso, quanto ao desempenho aeróbio podem ocasionar redução da taxa de glicogênio muscular, queda da eficiência do sistema cardiorrespiratório, diminuição do volume de ejeção e debito cardíaco, limitando o transporte de O2. Consequentemente há redução do volume de sangue e retorno venoso, sistema imunológico afetado e alguns atletas púberes interrupção do crescimento.
      Quanto ao desempenho anaeróbio, estudos não indicam respostas conclusivas em relação às competições de lutas, uma vez que a maioria das competições há um intervalo de recuperação entre a pesagem e o inicio da luta que varia de três a vinte quatro horas.
            Mas há evidencias de que a perda de peso prejudique a produção de força, como as obtidas por Roemich e Sinning, eles observam uma diminuição significativa na força isocinética de relação á fase preparatória geral para o pré-competitivo, ou seja, as medidas de força foram menores em período de temporada do que em férias, e por isso não precisa reduzir peso. A produção de força pode ser negativamente afetada pela dieta de perda de peso rápido, que ocorre em período competitivo.
            O restabelecimento da homeostase hidroeletrolítica leva cerca de 20 a 48 horas, reposição de glicogênio muscular até 72 horas, e recuperação de massa magra pode levar mais tempo, ou seja, os estudos mostram que lutadores que iniciam a luta em estado de desidratação não são suficientes para retornar aos valores de volume de sangue.
            Mecanismos responsáveis pela queda de desempenho:
1.    Diminuição de glicogênio muscular, causado pela restrição energética acompanhada de treinamento intenso.
2.    Redução na taxa de utilização do glicogênio.
3.    Desequilíbrio no sistema de tamponamento de bicarbonato causado pela ceto-acidose metabólica, causadora do aumento de lactato.
4.    Aumento da temperatura corporal e maior dificuldade de termorregulação.
5.    Perda de massa magra.
              A perda de peso é efetiva se for realizada dias antes da pesagem e recuperada subsequentemente. Realizam esse processo para levar possível vantagem de lutar com adversários mais leves. Porem esta vasta redução de peso poucos dias antes é prejudicial á saúde e ao desempenho do atleta, reduzem cerda de 5% de seu peso, mas a atletas que chegam reduzir 10% do peso corporal. Usam métodos agressivos como vômitos, laxantes, diuréticos e até mesmo ingestão de líquidos e severa restrição de alimentos, treina com roupas de plástico/borrachas, e logo após o treino vão para a sauna.
            A modalidade que a pesagem é de 3 a 5 horas antes da competição, nelas geralmente os atletas costuma não perder tanto peso e recupera o peso ingerindo alimentos e líquidos, á controvérsias segundo (OOPIK, PAASUKE, SIKKU, TIMPMANN, MEDIJANEM, ERELINE 1996) se estas poucas horas são insuficientes para uma adequada recuperação após a perda rápida de peso.
            Embora os atletas recuperem totalmente seu peso logo após a competição, este ciclo “ganhar-perder” grandes quantidades de peso corporal em curto período de tempo tem sido apontado como um fator agravante no quadro de inadequação de peso corporal ao peso da categoria (BROWNELL, STEEN E WILMORE, 1987, MCCARGAR E CRAWFORD, 1992, SAARNI, RISSANEN, SARNA, KOSKEN VUO E KAPRIO, 2006), efeitos da perda rápida de peso o desempenho anaeróbio.
            Verifica-se que a vasta perda de peso, pela restrição alimentar e métodos combinados, obtemos o desempenho negativo e ocorrendo a desidratação diminui-se a eficiência cardiorrespiratória, reduz o transportes O2 pelo sangue, a restrição energética depleda os estoques de glicogênio muscular (HICKENER et al; 1991), assim reduzindo a utilização do glicogênio como substrato energético para o exercício, juntando isto explica a perda de rendimentos no exercício.
            São avaliados para algumas modalidades, saltos verticais, força de pressão, ciclo ergômetros, força isométrica e corrida avaliando componentes das ações técnicas durante o combate e também métodos para a perda de peso como restrição alimentar, perda de liquido, indução de vômitos, uso de diuréticos e laxantes, dificilmente terá recuperação eficiente após o período da pesagem, mas em contra partida, se o atleta fizer uma dieta rica em carboidratos, os efeitos de desempenho podem minimizar.
            Segundo o Colégio Americano de medicina do Esporte (1996) após um período de perda rápida de peso, a homeostase hidroeletrolítica só será restabelecida após 22-48 horas de recuperação, enquanto a recuperação do glicogênio muscular pode levar tempo semelhante ou superior.
            Com 5% de perda de peso o desempenho é negativo, pois os atletas podem estar em estado de hipo-hidratação em desequilíbrio e com o sistema de tamponamento sanguíneo menos efetivo, por isso é de alta relevância o consumo de carboidratos para manter o desempenho. Outro fator que ajuda a recuperação de desempenho é a combinação de creatina com glicose entre a pesagem e o inicio da luta.

Pesquisa
            A pesquisa tem o objetivo de analisar algumas questões e métodos utilizados pelos lutadores para a perda rápida de peso. A pesquisa foi aplicada na data de 21/05/2012, simultânea em três academias de Curitiba. Striker House, Siam e Equipe 1. Utilizamos 50 atletas profissionais das modalidades de muay-thai, jiu-jitsu, boxe, wrestling e MMA. Em anexo os questionários e gráficos relativos à pesquisa.


Conclusão
Devido aos benefícios questionáveis e aos potenciais riscos para a saúde trazidos pelos procedimentos através da redução rápida de peso. Podemos fazer seguintes conclusões:
·         Que devemos educar os técnicos e os lutadores a respeito das consequências adversas de um jejum prolongado e de um estado de desidratação severo para o desempenho físico e da saúde.
·         Desestimular a utilização de roupas de borracha, saunas secas ou a vapor, laxantes e diuréticos para perder peso.
·         Que as organizações devem adotar novos procedimentos de pesagem programando a imediatamente antes das competições como e feita no jiu - jitsu.
·         Enfatizar a necessidade de uma ingestão calórica diária obtida através de uma dieta balanceada rica em carboidratos com baixo teor de gorduras com isso perdera o peso mais lenta e com mais qualidade.
Com esforços conjuntos entre técnicos, cientistas do esporte, médicos, nutricionistas e lutadores, iram promover o esporte da luta proporcionando um ambiente saudável e positivo para os atletas, com isso os lutadores podem se concentrar melhor na aquisição de habilidades técnicas, melhora da aptidão física e psicológica.
















Referências
ARTIOLI, Guilherme; FRANCHINI, Emerson; JUNIOR, Antônio. Perda de Peso em Esportes de Combate de Domínio: Revisão e Recomendação Aplicadas. São Paulo, 2006.
 FRANCHINI, Emerson. Judô, Desempenho Competitivo. São Paulo, 2001.
LUCENA, Michelle; MIRANDA, Eduardo; ASANO, Ricardo; NETO, João; SILVA, Juliana. Métodos e Estratégias Utilizadas para Perda de Peso Pré-competição em Lutadores de Boxe. 2009.
ARTIOLI, Guilherme; SCAGLIUSE, Fernanda; POLACOW, Viviane; GUALANO, Bruno, JUNIOR, Antônio. Magnitude e Métodos de Perda Rápida de Peso em Judocas de Elite. São Paulo, 2011.


















Anexo
FICHA DE AVALIAÇÃO
Nome(opcional):______________________________________Peso______     Categoria de Peso:_____________________________    Altura:___________

1)    Quanto tempo pratica luta?
(  )seis meses a 1 ano        (  ) 1 a 2 anos                       (  ) 3 a 4 anos                       (  ) 5 ou mais

2)    Quantas lutas já realizou?
() 1 vez          (  ) 5 vezes    (  ) 10 ou mais vezes

3)    Você costuma se adequar às categorias abaixo ou acima de peso?
(  ) Sim           (  ) para baixo           (  ) Não
            (  ) para cima

4)    Este ano em quais categorias você competiu?
(  ) 50 – 55 Kg (  ) 55 - 60 Kg         (  ) 60 - 65 Kg            (  ) 65 - 70 Kg            (  ) 70 - 75 Kg (  ) 70 - 80Kg
(  ) 85 – 90 Kg (  ) 90 – 95 Kg (  ) 95 – 100 Kg (  ) acima de 100 Kg

5)    Quais lutas prática?
(  ) Muay - Thai     (  ) Jiu – Jitsu   (  ) MMA  (  ) Wrestling

6)    Você faz uso de técnicas para reduzir peso?
(  ) Sim                       (  ) Não

7)    Como aprendeu tais estratégias?
(  )Outro Lutador      (  )Treinador  (  )Membros da Equipe       (  )Internet                  (  )Outros

8)    Quais são suas estratégias para reduzir o peso antes da competição?
(  ) Roupa de borracha  (  ) Sauna           ( ) Laxantes   (  ) Pular corda (  )Cuspir
(  ) Dieta Hipocalóricas(  ) Vômito            (  ) Diuréticos            (  ) Água Destilada                (  )Suplementos   (  ) Banheira de Sal   (  ) Prática de exercícios em locais quentes           (  ) Outros
9)    Quantos dias antes da competição inicia o trabalho para redução do peso?
______________________________________________________

Se você respondeu que faz uso de diuréticos, laxantes e suplementos responda a questão 10.

10) Qual o nome e com qual frequência utiliza durante o ano:
Laxantes_________________________________________________
Diuréticos__________________________________________________
Suplementos_______________________________________________

11) Em sua opinião há riscos que pode a vir correr ao usar técnicas para redução brusca de peso?
(  ) Sim                       (  ) Não


12) Já sentiu em alguma luta que a desidratação prejudicou sua performance?
(   ) Sim                       (  ) Não

Gráficos











Entrevistas 


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Jogos de Oposição


Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998; 2001) tratam os conteúdos dança, jogos, ginástica, esporte e lutas como uma representação corporal das diversas culturas humanas que tenham como característica o lúdico. Partindo deste entendimento, as lutas devem ser trabalhadas como estratégias metodológicas que não visem apenas à técnica pela técnica, mas sim que a criança possa vivenciar os aspectos corporais das lutas de uma maneira que lhes proporcione prazer e respeite suas características de crescimento, pois o organismo humano é um laboratório biológico em constante transformação, transformações estas que são úteis a vida e as adaptações ao mundo externo.
    As lutas assim como os demais conteúdos da educação física, devem ser abordadas na escola de forma reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente desenvolver capacidades e potencialidades físicas.
    Esquecemos muitas vezes é que as lutas não se resumem apenas a técnicas, elas também ensinam aos seus praticantes a disciplina, valores tais como respeito, cidadania e ainda buscam o autocontrole emocional, o entendimento da história da humanidade, a filosofia que geralmente acompanha sua prática e acima de tudo, o mais importante, que é respeito pelo seu próximo.
    Os Jogos de Oposição têm como identidade as mesmas características dos esportes de combate praticados desde o início das civilizações (OLIVEIRA e DOS SANTOS, 2006). Alguns desses Jogos continuaram ao longo do tempo sendo utilizados de forma simples e com características da cultura local, já outros adquiriram uma forma institucionalizada tornando-se esportes e Lutas das quais hoje conhecemos.
    Os Jogos de Oposição aqui abordados tem como característica o ato de confrontação que acontece entre duplas, trios ou até mesmo em grupos. Seus objetivos são vencer o adversário, impor-se fisicamente ao outro, respeito às regras e acima de tudo assegurar a segurança do colega durante as atividades.
    Durante a vivencia dos jogos a criança estará sendo estimulada a trabalhar os aspectos cognitivo, sócio-afetivo e motor. Desta forma a atividade visa contribuir para o desenvolvimento integral do aluno.
  • Recursos motores: assegurar um bom desenvolvimento da postura e base, controle do equilíbrio, coordenação dos movimentos, tirar, empurrar, apreender, levar, tocar, arrastar, evitar, levantar, imobilizar, voltar.
  • Cognitivos: elaborar estratégias, construir e apropriar-se das regras de funcionamento, avaliar, decidir, observar, reconhecer, comparar.
  • Sócio-afetivo: dominar as suas emoções, canalizar a sua agressividade, respeitar as regras, aceitar a derrota, respeitar o outro.
    Dentre a classificação dos Jogos de Oposição podemos classificá-los em três grandes grupos:


1. Jogos que aproximam os combatentes: Estes jogos são procedentes dos esportes de combate que mantém contato direto (corpo a corpo), os quais consistem em tirar, empurrar, desequilibrar, projetar e imobilizar. Entre estes Jogos de Oposição podemos citar o Judô, Luta olímpica, Jiu-Jitsu, sumô etc.

2. Jogos que mantêm o adversário á distancia: estes jogos têm como característica não manter contato direto com seu adversário, este contato só se da no momento da aplicação de uma técnica. Os exemplos que podemos destacar são o Karatê, Boxe, Muay Thay, taekwondo.

3. Jogos que utilizam um instrumento mediador: Esgrima e Kendo.
    Dentre as várias possibilidades pedagógicas e metodológicas, uma delas consistiria em manter um dos alunos em quadrupedia (posição de base) e seu oponente (posição de controle) tentaria desestabilizá-lo. O vencedor seria o que dentro de um tempo estipulado tirasse o equilíbrio de seu oponente ou o que conseguisse manter em equilíbrio até o final do tempo estipulado.
    Essa metodologia é uma ótima estratégia para firmar valores éticos, como o respeito às regras da competição, treinar e aprimorar capacidades físicas e refinar habilidades motoras. Com isso, o professor de Educação Física Escolar que não tivesse em seu passado um histórico em lutas poderia perfeitamente desenvolver um conteúdo com amplos objetivos pedagógicos, o que sem dúvida poderia estimular os alunos a prática de uma luta especializada.
    Durante a aplicação dos Jogos de Oposição precisamos levar em consideração alguns critérios de segurança para que não ocorram acidentes. Sendo assim devemos propor espaços delimitados que ofereçam segurança para a criança; tempos de jogo limitados e curtos (30 sec, 1min, 1min30) com sinal de início e fim de jogo; durante o jogo não utilizar jóias ou qualquer objeto que possa ferir; retirar os sapatos (quando necessário); estabelecer com os alunos as regras de segurança que conduzem a atividade; fazer um aquecimento específico que recorra à ações elementares da oposição: tirar, levar, cair, rolar etc.
    No quadro abaixo segue alguns exemplos de Jogos de Oposição.








Special Judo Fitness Test


                 Special Judo Fitness Test
    Sterkowicz (1997, citado por FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001) propôs um teste específico para o judô de caráter intermitente, com a utilização da técnica ippon-seoinaguê.
    O teste segue o seguinte protocolo: dois judocas (ukes) de estatura e massa corporal semelhante (mesma categoria) à do executante são posicionados a seis metros de distância um do outro, enquanto o executante do teste (tori) fica a três metros de distância dos judocas que serão arremessados. O teste é dividido em três períodos: 15s (A), 30s (B) e 30s (C), com intervalos de 10s entre os mesmos (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001).
    Durante cada um dos períodos, o executante arremessa os parceiros, utilizando a técnica ippon-seoi-naguê o maior número de vezes possível. Imediatamente após e 1 minuto após o final do teste é verificada a freqüência cardíaca do atleta. Os arremessos são somados e o índice abaixo é calculado (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001): 
    Quanto melhor o desempenho no teste, menor o valor do índice (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001).